AEP x AET: Entenda as Diferenças, Importância e Quando Aplicar
Você sabe qual a diferença entre AEP (Análise Ergonômica Preliminar) e AET (Análise Ergonômica do Trabalho)? Com a recente prorrogação da obrigatoriedade da avaliação de riscos psicossociais para 26 de maio de 2026 (Portaria MTE nº 765/2025), entender esses instrumentos nunca foi tão importante para empresas que buscam segurança, conformidade e qualidade de vida no trabalho.
SOLUÇÕES EM SAÚDE OCUPACIONAL
Geovanne Federle Scislowski
5/8/20244 min read
No contexto da saúde e segurança no trabalho, duas ferramentas ganham destaque quando falamos de ergonomia e prevenção de riscos: a Análise Ergonômica Preliminar (AEP) e a Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Apesar de relacionadas, elas possuem objetivos, metodologias e momentos de aplicação distintos. Entender essas diferenças é fundamental tanto para profissionais da área quanto para gestores que precisam atender às normas regulamentadoras e garantir um ambiente de trabalho mais seguro e saudável.


O que é AEP (Análise Ergonômica Preliminar)?
A AEP é um instrumento inicial e simplificado de avaliação ergonômica. Seu objetivo é mapear e identificar riscos de forma rápida e prática, permitindo a priorização de ações corretivas ou preventivas.
Características principais da AEP:
Utiliza checklists, observações diretas e entrevistas rápidas;
Não exige um estudo aprofundado de cada posto de trabalho;
Foca em identificar pontos críticos e imediatos que possam comprometer a saúde e segurança;
É útil em situações que demandam respostas rápidas, como auditorias, fiscalizações ou novos processos produtivos em fase inicial.
Em resumo, a AEP funciona como um “raio-x inicial” do ambiente de trabalho.
O que é AET (Análise Ergonômica do Trabalho)?
A AET, prevista na NR-17, é uma avaliação aprofundada e detalhada das condições de trabalho, considerando aspectos físicos, cognitivos e organizacionais.
Características principais da AET:
Analisa fatores como posturas, esforços físicos, ritmo de trabalho, pausas, iluminação, ruído, temperatura e organização do trabalho;
Requer métodos mais complexos, como filmagens, cronanálises, questionários validados, medições ambientais e participação ativa dos trabalhadores;
Gera um relatório robusto, com recomendações detalhadas para adequação dos postos de trabalho e melhoria da saúde ocupacional;
É obrigatória quando a legislação exige ou quando a AEP identifica riscos significativos que demandam estudo mais profundo.
A AET, portanto, é uma ferramenta estratégica para prevenir adoecimentos ocupacionais e promover um ambiente de trabalho sustentável.
Principais diferenças entre AEP e AET
Quando aplicar cada uma?
AEP deve ser utilizada como ferramenta inicial de diagnóstico, especialmente em cenários de mudanças organizacionais, novos postos de trabalho, auditorias e fiscalizações.
AET deve ser aplicada em situações onde se exige avaliação completa da ergonomia, seja por exigência legal (NR-17), seja porque a AEP identificou riscos que precisam de investigação aprofundada.
Um ponto importante: a AEP não substitui a AET. Na prática, elas se complementam, funcionando como etapas de um mesmo processo de gestão ergonômica.
O Levantamento de Riscos Psicossociais e a Nova Obrigação Legal
Além dos aspectos físicos e organizacionais, cresce a atenção para os riscos psicossociais no ambiente de trabalho, como estresse, assédio, sobrecarga, pressão por metas, falta de autonomia e desequilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A obrigação das empresas brasileiras avaliarem esses riscos, prevista na NR-1, sofreu alteração recentemente. De acordo com a Portaria MTE nº 765/2025, a exigência foi adiada para 26 de maio de 2026.
Isso significa que, a partir dessa data, todas as empresas deverão incluir os riscos psicossociais na sua gestão de saúde e segurança no trabalho, integrando-os ao Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).
E como é feito o levantamento de Riscos Psicossociais?
Estes riscos devem ser avaliados no AET (Análise Ergonômica do Trabalho).
Explicamos:
A AEP (Análise Ergonômica Preliminar) é feito de forma mais clínica/individual, voltado ao exame do trabalhador no PCMSO.
Já a AET (Análise Ergonômica do Trabalho), exigido pela NR-17, é quem avalia os riscos psicossociais, organizacionais e ergonômicos no contexto do ambiente de trabalho (carga mental, pressão por metas, jornada, pausas, etc).
Inclusive, a Portaria 422/2022 prevê que os riscos psicossociais entrem obrigatoriamente no AET até 2026.
Importância dessa mudança:
Reconhecimento de que fatores psicológicos e sociais têm impacto direto na saúde do trabalhador;
Necessidade de adoção de metodologias específicas de avaliação (questionários validados, entrevistas, grupos focais);
Maior integração entre ergonomia física, cognitiva e organizacional;
Desafio para empresas que ainda não possuem cultura estruturada de saúde mental no trabalho.
Esse levantamento será fundamental para prevenir burnout, depressão, ansiedade e outros transtornos relacionados ao trabalho, alinhando o Brasil às práticas internacionais de saúde ocupacional.
Por que aplicar AEP, AET e o levantamento de riscos psicossociais?
Aplicar AEP e AET de forma integrada, incluindo o levantamento de riscos psicossociais, não é apenas cumprir uma obrigação legal — é uma estratégia inteligente de gestão.
Prevenção de afastamentos e acidentes
Ao identificar previamente os riscos ergonômicos e psicossociais, a empresa consegue reduzir lesões físicas e distúrbios relacionados ao estresse, evitando ausências frequentes e custos elevados com o Efeito Dominó do Afastamento.Melhoria da produtividade e engajamento
Equipes que trabalham em ambientes bem planejados, com carga de trabalho equilibrada e pausas adequadas, apresentam maior foco, motivação e desempenho.Clima organizacional mais saudável
O levantamento de riscos psicossociais permite identificar problemas como pressão excessiva, falta de autonomia e conflitos interpessoais, possibilitando ações para fortalecer a cultura de bem-estar.Redução de custos e impactos legais
Prevenir problemas de saúde ocupacional diminui gastos com indenizações, afastamentos e retrabalho (lembre-se, O Funcionário "Sem Noção" Não Existe Mais), além de garantir conformidade com a NR-17 e futuras exigências de riscos psicossociais.Decisões estratégicas baseadas em dados
A combinação de AEP, AET e levantamento psicossocial gera informações objetivas sobre os riscos reais, permitindo decisões mais assertivas sobre layout, organização do trabalho, pausas e treinamentos.
Conclusão
A AEP e a AET são instrumentos complementares de avaliação ergonômica: a primeira identifica rapidamente os riscos e a segunda os analisa em profundidade. Ambas são fundamentais para uma gestão eficiente da saúde ocupacional.
Com a chegada da obrigatoriedade da avaliação dos riscos psicossociais em 2026, as empresas precisam se preparar desde já, ampliando sua visão de ergonomia para além do físico, considerando também os fatores emocionais e sociais do trabalho.
Mais do que atender a uma norma, investir em ergonomia e saúde psicossocial é garantir produtividade, reduzir afastamentos e construir um ambiente mais humano e sustentável.
Quer entender se sua empresa está realmente cuidando dos fatores psicossociais? Fale com a SOMA e descubra como a AET pode prevenir riscos e fortalecer seu time.